terça-feira, 6 de julho de 2010

Não sei "turistar"

Recife me tragou, me absorvou, tirou meu ar.

Depois de 7 dias nesta cidade, já a vejo como uma São Paulo litorânea.

Não fui a praia, não visitei as nações, malemá fui ao Mercado de São José, a Casa da Cultura, muito por cima ( e por fora) vi os prédios antigos, as igrejas de todos os santos e só digo qeu conheço a fundo o Mercado da Boa Vista, porque este é ao lado de minha "casa" e além de vender secos e molhados tem a melhor galinha cabidela do mundo (perdendo para a galinha que minha mãe faz... claro).

O que eu fiz estes dias todos? Vive como as pessoas vivem cá, ou pelo menos como os amigos que diz, a grande diferença é que estou de férias, disposta e disponível para tomar cerveja (a R$2,00 R$2,50) todo dia, o dia inteiro.

Na quinta passada, dia 1, fomos ao espaço "Muda", ao chegar me senti na Vila Madalena, fui assitir a uma pocket-peça. O espaço é um ateliê de moda, muito jeitoso que abre suas portas para a festa da galera. Bom o lugar é coalhado de mentes brilhantes, pessoas engajadas, cults que assitem filmes iraquianos com legenda em francês... QUALQUER SEMELHANÇA É MERA COINCIDÊNCIA.



Fui delicadamente apresentada ao "frontal", conjunto de bares na rua Do Lima, que ganhou esse nome por ficar em frente ao bar "central"... Pasmem, para beber no central, você pagará R$6,00 por uma cerveja gelada, bastou mudar de calçada para que você passe a pagar R$2,60 pela mesma Skol gelada... Graças a democracia, há público para os dois lugares... Eu fico com o Frontal, bebo mais e pago o mesmo tanto.

Sutilezas assim, só a boa e velha Sampa havia me proporcionado.

Sexta o Recife amanheceu Verde e Amarelo, coisa linda... a cidade num instante era um formigueiro, no outro... deserto lamentamos a derrota e "bebemos" o difunto dignamento, é só uma Copa do Mundo... nada além.

Como não sou de ferro, fui conhecer o Recife Antigo, bebi no Zero 1, no Cara e Coroa, conheci o "Pina de Copacabana" (sim o mesmo da música), que mudou de nome, de aspecto e quase de história.
Fui ver o "traga a vasilha", foi a primeira e ultima vez que parei para ouvir Maracatú de Baque Virado por aqui.

Recife está para os batuqueiros, como Meca para os mulçumanos...

No meio do caminho decidi lembrar que não sou batuqueira, mas sou vivenciadora da cultura do baque virado. Assim, me condeno e me absolvo (tudojuntomisturado).

Sábado amanhaceu azul celeste, e com Dieguito Maradona de 4. A cidade fervia, vibrava, fogos por todo canto, parecia final de campeonato, maravilha de se ver.

Fomos ver o jogo na casa de um Espanhol, a tarde, comida tradicional, palavrões em outra lingua, muita cerveja e olha, nem pelo Brasil eu havia torcido com tanto afinco quanto neste Jogo. Pepe (o espanhol) cansado de enloquecer a própria mulher, enlouqueceu todos nós... tudo com muito bom humor... EVER!

Neste dia descobri que o bom daqui é ficar "de bar em bar, de mesa em mesa". Fomos a 4 bares em Olinda, voltamos as 5 da manhã bebados e felizes... Como a vida tem que ser.

Minha maior impressão sobre Recife: Os serviços não funcionam, mas muitas vezes as pessoas valem pelos lugares.

Lembra da praça do Samba? do Kolombolo?

Aqui também tem, no ultimo domingo no Morro da Conceição tem "Samba aos pés da Santa", bem no meio da comunidade.... irado. Foi então que eu entendi que Recife é uma cidade colorida...
Esta foi a minha primeira decepção amorosa aqui: Ele era lindo, alto, estiloso, intelectual e....GAY muito gay, gay de verdade, de corpo alma e voz fina.
Acho que depois desse dia passei a beber (mais).

A seguda passou discreta, a terça chegou negra com afoxé, hip hop e uma breve apresentação do Teatro Oficina, e só terminou ontem ao meio dia quando cheguei em casa, ensopada por conta de uma chuva que decidiu fazer presença.

Quarta-feira virou sábado e eu subi as famooosas ladeiras de Olinda com Eva Duarte. Pedi a ela que me mostrasse o que ela mais gosta na cidade, e assim ela o fez.
Entendi então algumas coisas:
- Não sirvo pra ser turista
- Não gosto de fotografar
-A bodega de véio é o que há
- Eva É patrimônio olindense... e pra mim, a melhor parte de lá!

Recife é muito mais que Boa Viagem, Maracatú, conjunto arquitetônico e tal... Recife é feito de pessoas, sem as quais não haveria a MENOR graça em estar aqui.

Pessoas como Anna, que me mima diariamente com carinhos, denguinhos e coisinhas como esta:



Além de Anna e de Eva, ainda temos o Márcio, Renata, Adri, Pepe, Lice, João ( de quem roubei esta geladeira):




Amigos, tenho saudades de vocês, mas me façam uma gentileza: Avisem a "maínha" que tardarei minha volta...

Estou mundando hoje minha passagem de volta para casa...

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