segunda-feira, 19 de julho de 2010

Ao meu eterno Xangô Menino



Me fiz assim volátil.

Assim, com o dom mágico do desaparecimento...

Sou assim, desse jeito, uma fumaça no pensamento longe, uma lembrança no cigarro apagado, um par de pernas a correr pra longe.

Marinheira de inúmeras viagens, coração selvagem lembra?


Meu bem, guarde uma frase pra mim dentro da sua canção
Esconda um beijo pra mim sob as dobras do blusão
Eu quero um gole de cerveja no seu copo no seu colo e nesse bar
Meu bem, o meu lugar é onde você quer que ele seja
Não quero o que a cabeça pensa eu quero o que a alma deseja
Arco-íris, anjo rebelde, eu quero o corpo tenho pressa de viver
Mas quando você me amar, me abrace e me beije bem devagar
Que é para eu ter tempo, tempo de me apaixonar
Tempo para ouvir o rádio no carro
Tempo para a turma do outro bairro, ver e saber que eu te amo
Meu bem, o mundo inteiro está naquela estrada ali em frente
Tome um refrigerante, coma um cachorro-quente
Sim, já é outra viagem e o meu coração selvagem
Tem essa pressa de viver
Meu bem, mas quando a vida nos violentar
Pediremos ao bom Deus que nos ajude
Falaremos para a vida: "Vida, pisa devagar meu coração cuidado é frágil;
Meu coração é como vidro, como um beijo de novela"
Meu bem, talvez você possa compreender a minha solidão
O meu som, e a minha fúria e essa pressa de viver
E esse jeito de deixar sempre de lado a certeza
E arriscar tudo de novo com paixão
Andar caminho errado pela simples alegria de ser
Meu bem, vem viver comigo, vem correr perigo , vem morrer comigo
Talvez eu morra jovem, alguma curva no caminho, algum punhal de amor traído, completara o meu destino.
Meu bem, vem viver comigo, vem correr perigo
Vem morrer comigo, meu bem, meu bem, meu bem
Que outros cantores chamam baby


"A beleza da paixão instantânea, mora no fato dela não sofrer com a ação do tempo"

Já faz uma semana... mas será para a eternidade!

O fato é que já faz uma semana que eu voltei de viagem, e parte de mim ainda não voltou.

Não se sei ficou lá no Recife ou se simplesmente decidiu fazer outro rolê.


Recife é encantadora (a cidade), as pessoas são apaixonantes (de verdade), o clima é agradável (ao menos no inverno), a música é boa, a cerveja é gelada, as ruas são cheias e nelas as pessoas se esbarram sem o menor pudor, novidade pra mim, que moro numa cidade que evita o contato corpo a corpo (bem lembrado João).

Recife me fez olhar a vida (a minha) com outros olhos, me fez querer resolver as coisas, me desapegar e deixar que cada qual siga o seu próprio destino.

Injeção de coragem na veia...

Ganhei uma bússola e novos motivos para me manter honesta.
Ganhei novos objetivos e ferramentas para atingi-los.

Recife continuará a mesma... EU NÃO!

Há algum tempo eu postei o texto "Mude" do poeta/filósofo/gozador/ dionisíaco Edson Marques, decidi reposta-lo com um dialogo, simples e unicamente por refletir exatamente como me sinto agora

Mude
Edson Marques

"Mude, mas começe devagar,
por que a direção é mais importante
que a velocidade.
(Um dia decidi mudar, comprei uma passagem, mudei de idéia...)

Sente-se em outra cadeira,
no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.

Quando sair,
procure andar pelo outro lado da rua.
Depois mude de caminho,
ande por outras ruas,
calmamente,
observando com atenção
os lugares por onde
você passa.
( Mudei de destino. Fui conhecer ruas que eu ainda não conhecia...)


Tome outros ônibus.
Mude por um tempo o estilo das roupas.
Dê os teus sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.
( Tomei ônibus ((coisa rara)), tomei taxi ((coisa mais rara ainda)), fiz progressiva no cabelo e acabei de esvaziar o armário de sapatos)


Tire uma tarde inteira
para passear livremente na praia,
ou no parque
e ouvir o canto dos passarinhos.
(Tirei dias para caminhar, simplesmente... 13 dias sem carro...)

Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas
e portas com a mão esquerda.

(Botei meus óculos escuros e fui compreender que tudo na vida é uma questão de ponto de vista...)

Durma do outro lado da cama...
depois, procure dormir em outras camas.
(Dormi no meio da cama, depois na de solteiro, depois na de casal, depois do lado esquerdo encima do braço esquerdo alheio, depois do lado direito encima do braço direito alheio)

Assista a outros programas de tv,
compre outros jornais...
leia outros livros,
Viva outros romances.
(Estou matando Cold Case, passei a ler o G1, retomei a leitura de "curvas perigosas" e com certeza vivi um belo romance de inverno.)

Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.
(Me cansei do confortável e decidi libertar a mim mesma ((e ao outro)) do nosso hábito conjugal. E vou confessar que estou 100kg mais leve . Dormi as 7h mas também às 21h)

Aprenda uma palavra nova por dia
numa outra lingua.
(Aprendi a dizer cafuçú, e só sei falar isso agora... risos)

Corrija a postura.
Coma um pouco menos,
escolha comidas diferentes,
novos temperos, novas cores,
novas delícias.
(Me matriculei na Yoga, estou planejando o início de uma dieta equilibrada, experimentei moela, fiz chili com malagueta, e a coxinha do Pith)

Tente o novo todo dia
o novo lado,
o novo método,
o novo sabor,
o novo jeito,
o novo prazer,
o novo amor,
A nova vida.
(Estou tentando o novo lado, a nova visão, um jeito novo de dizer a verdade, o prazer de ser quem sou)

Tente
Busque novos amigos.
Tente novos amores.
Faça novas relações.
(Encontrei novos amigos, e se não novos amores, novas paixões, construí novas relações, reestabeleci contatos...)

Almoçe em outros locais,
vá a outros restaurantes,
tome outro tipo de bebida
compre pão em outra padaria.
Almoçe mais cedo,
jante mais tarde, ou vice-versa.
(Almocei na Boa Vista e redescobri o sabor da cabidela, do bolo de rolo, do suco de cajá. Me lembrei que pão integral é uma delícia, me permiti não almoçar)

Escolha outro mercado...
outra marca de sabonete,
outro creme dental...
tome banho em novos horários
Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.
(Usarei mais canetas azuis do que as pretas, e estou me devendo, ainda mais novos passeios)


Ame muito,
cada vez mais,
de modos diferentes.
(Embora o amor ainda seja outra coisa, estou valorizando ainda mais a paixão instantânea. Talvez esse seja meu jeito de amar...)

Troque de bolsa,
de carteira,
de malas,
troque de carro,
compre novos óculos,
escreva outras poesias.
(Comprei duas carteiras novas, desfiz as malas quando cheguei, botei meu carro a venda e estou conversando com a poesia)

Jogue os velhos relógios
quebre delicadamente
esses horrorosos despertadores.
(Esqueci de trocar a bateria dos relógios e sequer lembrei de programar o despertador)

Abra conta em outro banco.

Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros,
outros teatros, visite novos museus.

Mude.
(Sou eu ainda, com algumas coisas diferentes)

Lembre-se de que a Vida é uma só.
E pense seriamente em arrumar um outro emprego,
uma nova ocupação,
um trabalho mais light, mais prazeroso,
mais digno, mais humano.
(E rápida, quero resolver o que posso, o que me cabe, a minha parte... )

Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as.
(Liberdade, se tentar me tirar este gosto da boca, EU MORDO!)

Seja criativo.
(Estou trabalhando nisso quando penso em Dionísia ((minha alfaia))...)

E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa,
longa, se possível sem destino.
(Recife ó você ai... não foi sem destino, mas sem saber o que encontraria)

Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.

Você certamente conhecerá coisas melhores
e coisas piores do que as já
conhecidas, mas não é isso o que importa.
( O que eu conheci me fez me conhecer melhor..)

O mais importante é a mudança,
o movimento, o dinamismo, a energia.

Só o que está morto não muda !
(EU TOU MUITO VIVA!)



terça-feira, 6 de julho de 2010

Não sei "turistar"

Recife me tragou, me absorvou, tirou meu ar.

Depois de 7 dias nesta cidade, já a vejo como uma São Paulo litorânea.

Não fui a praia, não visitei as nações, malemá fui ao Mercado de São José, a Casa da Cultura, muito por cima ( e por fora) vi os prédios antigos, as igrejas de todos os santos e só digo qeu conheço a fundo o Mercado da Boa Vista, porque este é ao lado de minha "casa" e além de vender secos e molhados tem a melhor galinha cabidela do mundo (perdendo para a galinha que minha mãe faz... claro).

O que eu fiz estes dias todos? Vive como as pessoas vivem cá, ou pelo menos como os amigos que diz, a grande diferença é que estou de férias, disposta e disponível para tomar cerveja (a R$2,00 R$2,50) todo dia, o dia inteiro.

Na quinta passada, dia 1, fomos ao espaço "Muda", ao chegar me senti na Vila Madalena, fui assitir a uma pocket-peça. O espaço é um ateliê de moda, muito jeitoso que abre suas portas para a festa da galera. Bom o lugar é coalhado de mentes brilhantes, pessoas engajadas, cults que assitem filmes iraquianos com legenda em francês... QUALQUER SEMELHANÇA É MERA COINCIDÊNCIA.



Fui delicadamente apresentada ao "frontal", conjunto de bares na rua Do Lima, que ganhou esse nome por ficar em frente ao bar "central"... Pasmem, para beber no central, você pagará R$6,00 por uma cerveja gelada, bastou mudar de calçada para que você passe a pagar R$2,60 pela mesma Skol gelada... Graças a democracia, há público para os dois lugares... Eu fico com o Frontal, bebo mais e pago o mesmo tanto.

Sutilezas assim, só a boa e velha Sampa havia me proporcionado.

Sexta o Recife amanheceu Verde e Amarelo, coisa linda... a cidade num instante era um formigueiro, no outro... deserto lamentamos a derrota e "bebemos" o difunto dignamento, é só uma Copa do Mundo... nada além.

Como não sou de ferro, fui conhecer o Recife Antigo, bebi no Zero 1, no Cara e Coroa, conheci o "Pina de Copacabana" (sim o mesmo da música), que mudou de nome, de aspecto e quase de história.
Fui ver o "traga a vasilha", foi a primeira e ultima vez que parei para ouvir Maracatú de Baque Virado por aqui.

Recife está para os batuqueiros, como Meca para os mulçumanos...

No meio do caminho decidi lembrar que não sou batuqueira, mas sou vivenciadora da cultura do baque virado. Assim, me condeno e me absolvo (tudojuntomisturado).

Sábado amanhaceu azul celeste, e com Dieguito Maradona de 4. A cidade fervia, vibrava, fogos por todo canto, parecia final de campeonato, maravilha de se ver.

Fomos ver o jogo na casa de um Espanhol, a tarde, comida tradicional, palavrões em outra lingua, muita cerveja e olha, nem pelo Brasil eu havia torcido com tanto afinco quanto neste Jogo. Pepe (o espanhol) cansado de enloquecer a própria mulher, enlouqueceu todos nós... tudo com muito bom humor... EVER!

Neste dia descobri que o bom daqui é ficar "de bar em bar, de mesa em mesa". Fomos a 4 bares em Olinda, voltamos as 5 da manhã bebados e felizes... Como a vida tem que ser.

Minha maior impressão sobre Recife: Os serviços não funcionam, mas muitas vezes as pessoas valem pelos lugares.

Lembra da praça do Samba? do Kolombolo?

Aqui também tem, no ultimo domingo no Morro da Conceição tem "Samba aos pés da Santa", bem no meio da comunidade.... irado. Foi então que eu entendi que Recife é uma cidade colorida...
Esta foi a minha primeira decepção amorosa aqui: Ele era lindo, alto, estiloso, intelectual e....GAY muito gay, gay de verdade, de corpo alma e voz fina.
Acho que depois desse dia passei a beber (mais).

A seguda passou discreta, a terça chegou negra com afoxé, hip hop e uma breve apresentação do Teatro Oficina, e só terminou ontem ao meio dia quando cheguei em casa, ensopada por conta de uma chuva que decidiu fazer presença.

Quarta-feira virou sábado e eu subi as famooosas ladeiras de Olinda com Eva Duarte. Pedi a ela que me mostrasse o que ela mais gosta na cidade, e assim ela o fez.
Entendi então algumas coisas:
- Não sirvo pra ser turista
- Não gosto de fotografar
-A bodega de véio é o que há
- Eva É patrimônio olindense... e pra mim, a melhor parte de lá!

Recife é muito mais que Boa Viagem, Maracatú, conjunto arquitetônico e tal... Recife é feito de pessoas, sem as quais não haveria a MENOR graça em estar aqui.

Pessoas como Anna, que me mima diariamente com carinhos, denguinhos e coisinhas como esta:



Além de Anna e de Eva, ainda temos o Márcio, Renata, Adri, Pepe, Lice, João ( de quem roubei esta geladeira):




Amigos, tenho saudades de vocês, mas me façam uma gentileza: Avisem a "maínha" que tardarei minha volta...

Estou mundando hoje minha passagem de volta para casa...

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Diário de Bordo- Eu tô pras bandas de lá...


Chegar no aeroporto ontem, foi uma verdadeira "Missão Impossível". Me programei para sair do MAL às 18:00 e pegar o ônibus das 18:50 para Guarulhos... graças a Deus eu consegui. O tempo estimado era de 30 minutos, mas por conta de um transito que parecia ter inicio na Marginal do Tietê e terminar em Campos do Jordão, a brincadeira demorou 1:20, conclusão: cheguei no encerramento do vôo, varada de fome, sem tempo nem pra uma coxinha seca de boteco.

Com saída programada para às 21:05, o vôo que me traria ao Recife atrasou 15 minutos. Procedimentos corriqueiros, taxia, prepara decola...

Acompanhada de meu Sancho Pança( tbm conhecido com IPOD), começo minha jornada. Tão companheiro este cara, que na hora da decolagem escolhe " Peixes" de Mariana Aydar para tocar. Juro que me arrepiar.

A viagem transcorreu sem grandes transtornos, só me lamentei não ter levado meu kit "anti crianças", pois pra minha sorte haviam duas, uma na frente gritando sem parar e outra atrás chutando meu assento, a festa acabou quando o serviço de bordo deu início e obrigatóriamente as mesinhas foram abaixadas... Se as janelas não tivem vidro, teriamos crianças moídas para o jantar... (brincadeirinha)

Começamos a sobrevoar o Recife por volta das 0:00, e às 0:10 já estavamos em solo.

Primeiras impressões: QUENTE, QUENTE, QUENTE de suar!

Hora de pegar o taxi, foi quando eum ouvi "MÃOS AO ALTO, ISTO É UM ASSALTO"...
R$ 52,00 pra percorrer 11 km... foi o taxi mais caro que já paguei na vida...masssss não teve jeito.

Já que a corrida era com preço fechado, viemos pela orla, passamos pelo Pina e em 20 minutos chegamos.

E lá estava Anninha me esperando, incrível como os anos não passaram para ela... o papo se esticou até às 2:30 da manhã.
Terminei a noite sendo chupada, picada, saboreada....algo tão fora do sério que o placar foi arrebatador:

Pernelongos 23x04 Lelezinha



Hoje, ainda estou me adaptando ao clima, ao local, estou sonolenta e preguiçosa... reunindo todas as minhas energias para logo mais...

Bom, até amanhã!!!!!

Peixes são iguais a pássaros
Só que cantam sem ruído
Som que não vai ser ouvido

Voa águias pelas águas
Nadadeiras como asas
Que deslizam entre nuvens

Peixes, pássaros, pessoas
Nos aquários, nas gaiolas,
Pelas salas e sacadas
Afogados no destino
De morrer como decoração das casas

Nós vivemos como peixes
Com a voz que nós calamos
Com essa paz que não achamos

Nós morremos como peixes
Com amor que não vivemos
Satisfeitos? mais ou menos

Todas as iscas que mordemos
Os anzóis atravessados
Nossos gritos abafados

Peixes, pássaros, pessoas
Nos aquários, nas gaiolas,
Pelas salas e sacadas
Afogados no destino
De morrer como decoração das casas

Nós vivemos como peixes
Com a voz que nós calamos
Com essa paz que não achamos

Nós morremos como peixes
Com amor que não vivemos
Satisfeitos? mais ou menos

Todas as iscas que mordemos
Os anzóis atravessados
Nossos gritos abafados

(Peixes- Mariana Aydar)

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Esta é mais uma história do diário de bordo de "Lucas Silva e Silva"



Check-list:

- 13 calcicnhas....ok
- 20 regatas, camisetas e blusinhas... ok
- 7 vestidos... ok
- 5 sutiãs... ok
- 4 pares de meias... ok
- 6 bermudas... ok
-3 casaquinhos leves... ok
- 1 black jeans.... ok
- 1 moletom... ok
- 3 biquines... ok
- Toalha de Banho... ok
- Canga de São Jorge... ok
- Xampu, condicionador, perfume, hidratante... ok
- Havaina...ok
- Melissas... ok
- Rasteirinhas... ok
- All Star... no pé!
- Filtro Solar...ok
- Notebook...ok
- Maquina Fotográfica...ok
- Carregadores...ok
- Cartões de débito e crédito... ok
- Ipod...ok
- Celulares... estes bom, acho que vou esquecer em casa...


Fazer as malas é o processo mais doloroso para qualquer mulher, até pra mim.
Minha vontade era carregar meu guarda-roupas, mas infelizmente a companhia aérea diz que eu só posso carregar 23kg de roupinhas descoladas para uma viagem bacana (óbiviamente, donos de empresas aéreas são maridos chatos...).
Depois que terminei a mala, já rearrumei 2 vezes e a submeti ao teste da balança, resultado: REPROVADA!

Lá vou eu para a 3ª vez, tira uma calça daqui, uns sapatos dali e ela ficou até que mais leve... mas ainda estou olhando praquela calça e pensando "acho que eu vou precisar dela".

Verdade seja dita: serão só 13 dias, mas pra mim (e pra mala) tá com cara de eternidade.

Essa noite fui dormir às 2 e trálálá, tive pesadelo, levantei pra recolocar o lençol na cama, sensação parecida eu só tive quando ia pros passeios da escola.

Aquela era a primeira liberdade, sem pais e com professores altamente burláveis, ao 8 anos você parecia ter 18, o mundo era um negócio louco... e tudo o que se desejava era ir no brinquedo que lhe causasse mais dor de barriga.

Hoje, aos 24 experimento, novamente, o brinquedo que me dá mais dor de barriga: a independencia.
Meus discursos sobre liberdade, libertação e etc etc etc, sempre foram dignos de prêmios, lindos e vazios. Cheios, talvez, de um desejo inquietante ainda não realizado... algo como uma foda empatada...

Há algum tempo, venho ensaiando e prometendo uma guinada geral, uma viagem sozinha, um tempo pra reorganizar...

Pois bem, chegou a hora!

Hoje às 21:05, encaro meu primeiro vôo sozinha com destino ao Recife, pouco? Não... não é o lugar, é a condição.

Eu poderia viajar perfeitamente pra Santo André e desligar meu celular, me hospedar num hotel e viver ali, 13 dias... Isso tudo (claro) se Santo André tivesse praia e estivesse perto das minhas referencias musicais... não é o caso...

A chave da questão é que, embora o discurso "independência ou morte" seja bom, eu me acostumei a depender dos outros pra fazer o que quer que fosse.

A solidão me causa vertigem, mas terei que abraçá-la como amiga, porque pela primeira vez na vida ela uma opção, não a única.

Tenho medo e de fato me sinto não com 8 anos, mas com 5 anos...bobagem...
Quando eu crescer, olharei para trás e verei que consegui fazer uma coisa pequena dessas. Estar sozinho também pode ser estar bem acompanhado.

Mas.... nem tudo é vertigem, há alguma saudade, encontrarei Anninha, minha guia, mapa e moradora local...

Além de tudo levo na mala mais do que objetos e roupas, levo também:

- Meu medo
- Minha coragem
- A novidade
- Jung e o Tarô
- Meu maracatú ( dando excesso com sua 1 tonelada)
- O amigos que fiz (Chrisinha, Dani, Gleds, Carô, Thata, Rogério... etc, etc, etc)
- Baque Sinhá
- Bloco de Pedra
- Referências diversas
- Saudade alheia
- A inveja branca e boa
- O empurrãozinho das pessoas
- A cara
- O peito aberto
- Uma ansiedade tamanha!!!!!!!!!

Da próxima vez que escrever, quero contar só novidades...

"No momento eu não estou, mas deixe o nome após o sinal, que eu fui pras bandas de lá..."

quarta-feira, 23 de junho de 2010

PS.

Há uma quebra númerica por conta de uma atualização dos arquivos...rsss


Mexendo nos posts parados!

Discos: "As brigas que perdi, estas sim eu nunca esqueci" 26/50

Isopor- Pato Fú- 1999

1. “Made in Japan” (Robinson Moshi/John Ulhoa)
2. “Isopor” (John Ulhoa)
3. “Depois” (John Ulhoa)
4. “Um Ponto Oito” (John Ulhoa)
5. “Imperfeito” (John Ulhoa)
6. “Morto” (John Ulhoa)
7. “O Filho Predileto do Rajneesh” (Rubinho Troll)
8. “Perdendo Dentes” (John Ulhoa/Fernanda Takai)
9. “Saudade” (Gerson Freire/Fernanda Takai)
10. “O Prato do Dia” (John Ulhoa)
11. “Quase” (John Ulhoa)
12. Faixa interativa

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Quando decidi postar Pato Fú, fiquei numa puta dúvida de qual colocaria. Sou de uma geração que não sonhava em ter Malú Magalhães como icone Teen... nem a Hanna Montana... Dor de corno era curada ao som da doce voz de Fernanda Takai... era o máximo.

Nós sabiamos todas as músicas, tinhamos os cds e ficavamos nas aulas vagas cantando...
uaaauu...

Era o suprasumo do sabor pra minha turma.

Me tornei adulta e continuei gostando deles... Hoje muita coisa tem outra conotação, mas a verdade é que Pato Fú tem cheiro de naftalina.

Me faz lembrar de quando eramos 11, e o futuro, espertão, não dava nem pista dos anos de chumbo grosso que me aguardavam!

Escolher uma música? Não dá, mas eu posso casar aquele ano com o resto da minha vida:

Perdendo Dentes
Composição: John/Fernanda Takai

Pouco adiantou
Acender cigarro
Falar palavrão
Perder a razão

Eu quis ser eu mesmo
Eu quis ser alguém
Mas sou como os outros
Que não são ninguém

Acho que eu fico mesmo diferente
Quando eu falo tudo o que penso realmente
Mostro a todo mundo que eu não sei quem sou
Eu uso as palavras de um perdedor

As brigas que ganhei
Nem um troféu
Como lembrança
Pra casa eu levei

As brigas que perdi
Estas sim
Eu nunca esqueci
Eu nunca esqueci

Pouco adiantou
Acender cigarro
Falar palavrão
Perder a razão

Eu quis ser eu mesmo
Eu quis ser alguém
Mas sou como os outros
Que não são ninguém

Acho que eu fico mesmo diferente
Quando eu falo tudo o que penso realmente
Mostro a todo mundo que eu não sei quem sou
Eu uso as palavras de um perdedor

As brigas que ganhei
Nem um troféu
Como lembrança
Pra casa eu levei

As brigas que perdi
Estas sim
Eu nunca esqueci
Eu nunca esqueci

As brigas que ganhei
Nem um troféu
Como lembrança
Pra casa eu levei

As brigas que perdi
Estas sim
Eu nunca esqueci
Eu nunca esqueci

Discos: Se eu sou algo incompreesível, meu Deus é mais" 19/50


Doces Bárbaros- 1975

1 Os mais doces bárbaros
2 Fé cega, faca amolada
3 Atiraste uma pedra
4 Pássaro proibido
5 Chuckberry fields forever
6 Gênesis
7 Tarasca guidon
8 Eu e ela estávamos ali encostados na parede
9 Esotérico
10 Eu te amo
11 O seu amor
12 Quando
13 Pé quente, cabeça fria
14 Peixe
15 Um índio
16 São João, Xangô menino
17 Nós, por exemplo
18 Os mais doces bárbaros

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Doces Bárbaros por Caetano:

"A sugestão foi de Bethânia, e partindo dela, era uma convocação. Ela teve um sonho, não sei o quê, Gil largou uma excursão no meio. Bethânia falou e ele parou tudo. Fizemos o repertório, divino, em duas semanas, mas a gravação ao vivo saiu suja. A gente queria gravar tudo bonitinho em estúdio, mas as mulheres não quiseram. Coisa de mulher. O Festival de Montreaux quer reunir novamente os Doces Bárbaros. Só depende da Bethânia. Se ela convocar... O show ficou muito bonito, romântico, baiano, colorido, sensual, extrovertido. É preto. É baiano."


Doces Bárbaros por Ana "Létícia":

Singular.

Ele une várias coisas numa coisa só. É vibrante, dançante, transcendente, peculiar, expansivo, arrebatador.

Conheci os Doces, no projeto de aniversário feito pelo Pão Music no Ibira. Foram 5 shows memoráveis.

Dentre as minhas prediletas estão: Esotérico, São João Xangô Menino e Faca Amolada.

Esotérico

Não adianta nem me abandonar
Porque mistério sempre há de pintar por aí
Pessoas até muito mais vão lhe amar
Até muito mais difíceis que eu prá você
Que eu, que dois, que dez, que dez milhões, todos iguais
Até que nem tanto esotérico assim
Se eu sou algo incompreensível, meu Deus é mais
Mistério sempre há de pintar por aí
Não adianta nem me abandonar (não adianta não)
Nem ficar tão apaixonada, que nada
Que não sabe nadar
Que morre afogada por mim

domingo, 25 de abril de 2010

Para comer um Doce de Carô, tome tubaína!

Então alguém disse "Aí Jesus!", logo na sequência convidaram o Jack Daniel's, preparam a noite para uma linda manhã "tequila Sun Rise".... Todos se preparam para uma " fodinha na praia"...

Ao longe ouviu-se um grito " Eu tenho a força!"... e quando nos demos conta, copos de Martini desfilavam nos dedos graciosos das moçoilas ali presentes.

Moral da história, acabamos entre a poesia de Drummond e a canção de Chico Buarque:

Carlos amava Dora que amava Lia que amava Léa que amava Paulo
Que amava Juca que amava Dora que amava
Carlos que amava Dora
Que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava
Carlos amava Dora que amava Pedro que amava tanto que amava
a filha que amava Carlos que amava Dora que amava toda a quadrilha"


Tubaína pode fazer estrago!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Vou acender velas para São Jorge...

Ser filha de Ogum é entender que a vida inteira você terá sobre a sua cabeça a lâmina de uma espada. Porque ser filha de Ogum é confiar cegamente nas possibilidades infinitas de novos caminhos...

Ser filha de Ogum é saber que Ele não lhe carregará no colo quando a jornada for longa, mas ele lhe dará subsídios para que você chegue invariávelmente até o final.

Ser filha de Ogum, é saber que quando a bronca vier, segura, não há o que te faça parar de chorar... mas é saber também que quando vier o consolo igualmente será impossível parar de chorar...

Eu, que sou filha torta, de estrada torta, tenho meu Cavaleiro para me guiar.
Quando eu me perco, olho pro alto e sigo em frente, pois se Ele está comigo, NADA PODE ME PARAR.

Se tenho sobre minha cabeça Sua espada, tenho em meu peito Sua armadura e ante dela Seu escudo.
Tenho em meu corpo tatuado armas de guerra.

Antes dos búzios, de toda e qualquer confirmação, antes da primeira incorporação, ESTA JÁ ERA A MAGIA QUE FAZIA MEU CORPO TREMER, como diz o ponto: "magia que chega em silêncio sem agente ver."

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À Ele eu quero agradecer...
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Pai, não sei quantas vezes eu lhe disse " não vai dar meu Pai, eu não vou conseguir", eu perdi a conta de quantas vezes achei que fosse fracassar, mas FILHOS DE OGUM NÃO CAEM, apenas balanceiam como o bambu ao vento.

Todas as vezes que penso em desistir, é Nele que eu me agarro, como força.

Não é só minha religião, é MINHA FÉ! Fé que me bota em pé todo dia, que me faz acreditar que amanhã será um lindo dia, e que à noite teremos estrelas no céu e uma lua linda à ser contemplada.

O Senhor, meu Pai, forja o ferro, cuida da agricutura, enche nossas mãos com suas armas para vencer as batalhas de cada dia.

O Senhor, meu Pai, me fez menina, me fez mulher, me faz guerreira!

Pois eu estou vestida com as roupas e as armas de MEU PAI!

Saravá!

terça-feira, 20 de abril de 2010

Poética

De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.
A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.
Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem
Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
- Meu tempo é quando.

Vinícius de Moraes

segunda-feira, 19 de abril de 2010

eu quero

Quero confete, um arroxo, um colo.
Quero ronronar como um gatinho que ganha carinhos.
Quero o silêncio.
Quero asas pra voar, frutas novas para experimentar.
Quero a paixão pura, plena e livre, completa e instantânea.
Quero a liberdade de amar este, aquele, aquela,
Quero a sexta-feira a noite e a tarde de domingo.
Quero a segunda de chuva o Sol da avenida Paulista...
Quero tudo, quero nada!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Você pergunta... eu respondo

Quantas vezes você hoje meditou sobre a Vida?
(Estou fanzendo isso agora)

Quantos minutos você dedicou à ginástica?
(não dedico minutos a uma atividade tão sacrificante!)

Quanto tempo hoje você acariciou um corpo humano?
(nenhum)

Quais os alimentos saudáveis que você vai comer hoje?
(As proteínas estão me impossibilitando)

Tem seguido o que te pede o teu louco coração?
(Desesperadamente)

Quanta suavidade existe nos teus atuais relacionamentos?
(que relacionamentos?)

Quais são as coisas novas que você aprendeu hoje?
(a retirar o acesso da veia de um paciente impaciente)
Quantas pessoas você hoje abraçou sinceramente?
(uma)
Quantos livros você está lendo?
(1)
Quando foi o teu último orgasmo?
(não lembro)
Quantas vezes hoje você pensou no Amor?
(algumas vezes)
Quantas vezes você olhou no espelho e sorriu?
(nem me olhei)
Quanto de prazer e de alegria o teu trabalho proporciona?
(o suficiente para adorar o que faço)
Hoje, quais são as coisas belas e maravilhosas que você vai criar, inventar, sonhar e viver?
(Hoje eu sonhei com um par de asas)
Já tomou ou vai tomar um pouco de sol?
(não)
Terá tempo de contemplar a lua e as estrelas?
(Sim... sorrindo marota lá vai dona Lua ficar cheia)
Como está o teu Planejamento Estratégico Pessoal?
(em completa desordem)
Como vai tua Liberdade?
(de castigo!)
Quais são os teus Sonhos?
(agora? Um domingo de sol)
O que é que você quer da Vida?
(Tudo)

quarta-feira, 24 de março de 2010

Achei no arquivo morto

"Os Liberais em mais um capitulo da séria série: Onde tudo é permitido"

Uma obra fictícia, dirigira por Soraya, a queimada

Estrelando:

Janiréia- a Frenética da Fotografia

Samu- o Frenético da valorização do camarão frito, peixinho e do nº1

Maricleide- A Travesti

Gledioson- O Frenético da alfaia

Lelezinha- A frenética do Ganzá

Participação especial:

Maluco Jou (Nascido em Caracas e tbm conhecido por Ronilson, ou só Roni)

Edinho (o frenético da luz)

Renato (o come quieto)

Maria Laura ( A manipuladora)

Realização: Maracatú Palmeira Imperial e Quilombo do Campinho (onde seu banheiro sempre é fedidinho)

Apoio: Bloco de Pedra, Quiloa e Baque do Vale

segunda-feira, 22 de março de 2010

Drummondiando


E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,


e agora, José ?
e agora, você ?

você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama protesta,
e agora, José ?



Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,

não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José ?



E agora, José ?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio - e agora ?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora ?



Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse

a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, José !


Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope
,
você marcha, José !

José, pra onde ?

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

"E a lona rasgada no alto, no globo os artistas da morte... e essa tragédia que é viver, e essa tragédia. Tanto amor que fere e cansa"

Há uns anos atrás, durante um desses períodos dedicados às festividades de Momo, assistia a TVE RJ, que televisionava um festival de música alternativo no Recife, o Rec Beat.
Quando me encantei por um um certo grupo de artistas performáticos que misturavam música e teatro, poesia... influências da cultura nordestina ao pop sulista!Caras que começaram num show de rua, lá na zona da mata pernambucana, numa cidade chamada Arcoverde... terra de gente boa.

Com o passar do tempo, sem pretensões (e com muito ciume), apresentei a banda aos amigos, e quando dei por mim, 90% das pessoas que eu conhecia gostava daquele som único....

11 anos após o início dessa relação recheada de psicodelia, senti um vazio estranho... ACABOU!

Tal qual os namoros que não chegaram a virar casamentos, tal como os casamentos que não geraram viuvez... Tal qual o meu próprio matrimonio, o divórcio bateu a porta e ai, não havia mais o que fazer!

Nesta quarta-feira, 24 de Fevereiro, as alfaias se calaram e junto com elas o violão de Clayton.
Ás 17:41, anunciaram a separação. Lira quer vôos livres e outros céus...

Para quem, como eu, os acampanhou ao longo da jornada, era visível o desgaste do formato, o cansaço que os integrantes já apresentavam, enfim... Ficaremos com saudades!

De certo nos veremos em outros carnavais... mas não mais como personagens deste Cordel do Fogo Encantado!