Acompanhando esse raciocínio, fui direto na fonte procurar o que eu ouvia quando era criança: Meus pais...
Na verdade, fui caçar num pequeno acervos de vinil que tem lá em casa... encontrei várias coisas (não só forró é claro!), mas encontrei peças raras:
Agepê (meu pai adoooorava esse cara), Alcione, Hyldon, Milionário e José Rico, Roberta Miranda, João Mineiro e Marciano, Reginaldo Rossi, Altemar Dutra, Amado Batista e outras coisas que compunham o Pop Brega dos anos 80 e começo dos anos 90...
E o forró pra onde foi?
Essa era uma dúvida que insistia e persistia...
Fui arrumar uns cd's, quando eu ACHEI a resposta para todas as minhas dúvidas...
Entre modelitos bregas, guitarras, teclados e afinações que não eram assim uma BRASTEMP, estavam as canções que eu amava (sim amava e arrisco a dizer que ainda amo), numa roupagem um pouco diferente, uma vez que eram ao vivo, elas me tocaram como as paixões antigas costumam fazer com agente.
Pois bem, me chamem de brega, de profanadora da boa música, critiquem meu gosto, me façam arder no mármore do inferno, me mandem ao purgatório das pessoas cultas....
Mas sou ré confessa e assumo: Gosto de Mastruz com Leite!
Mas não esse Mastruz com Leite que agora fala de cocotinhas, bundinhas de fora, sacanagens que nem se dão mais ao trabalho de colocar em duplo sentido (como recomendaria o mestre Genival Lacerda).
Gosto mesmo é de um Mastruz com Leite que não existe mais... Um que eu conheci quando era criança... um que eu ouvia com meus primos no final de tarde... lá no sítio da minha avó, na cidade de Ubajara no Ceará...
Quando eu fiz 8 anos, fui pra lá pela segunda vez, e tive a oportunidade (única) de tirar o juizo da minha avó, de ir com meus primos pra roça, de chupar cana, comer caju no pé, ter dor de barriga no engenho de rapa- dura e comer muita farinha quente no engenho de farinha.
Uma das cenas mais marcantes da minha vida, eu vi naquele engenho: TODAS as mulheres da vila reunidas em prol da farinha. Enquanto descascavam quilos e quilos de mandioca, cantavam cantigas antigas... lindo
No final da tarde, quando meus primos voltavam da roça, agente sentava na varanda e ficava ouvindo música até o jantar ficar pronto.... adivinha qual era a banda????? Mastruz com leite! rss
As canções falavam de amor, de costumes do nordeste, da saudade da terra deixada e do desejo de voltar, vontade essa que todo retirante tem dentro de si... As letras eram um balsamo pra quem estava longe do seu sertão, de sua vaquejada, de sua cachaça.
Foram essas letras que, já naquela época, me calaram fundo e me deu a consciência de ser parte da história de um cara como esses que:
Começou a trabalhar na roça muito cedo;
Deixou sua terra em busca de uma vida melhor;
Casou;
Teve seus filhos;
Conseguiu prosperar;
E o melhor de tudo: Conseguiu voltar para a terra natal e dizer que tinha vencido!
Peguei o vôo da asa branca
E tive quer partir
Coração em pedaços
Fingindo pra não desistir
A vontade e coragem
E tudo na contramão
Deus sabe como deixei
O meu pequeno sertão
A saudade me invade
Me fazendo lembrar
Da minha liberdade
De todos que eu deixei por lá
Das vaquejadas e forró
Eu via o sol clarear
Meu cantinho, minha casa
Minha rede a balançar
Mas, eu vou voltar, sei que vou voltar
Que eu encontre sorrindo BIS
Quem ficou a chorar
Eu me sinto um pássaro sem poder voar
Ainda escuto ao longe o canto do sabiá
Tudo é fantasia, ou pura ilusão
Não há nada que faça
Eu esquecer meu sertão.
(No võo da asa branca-Catia Cilene)
E tive quer partir
Coração em pedaços
Fingindo pra não desistir
A vontade e coragem
E tudo na contramão
Deus sabe como deixei
O meu pequeno sertão
A saudade me invade
Me fazendo lembrar
Da minha liberdade
De todos que eu deixei por lá
Das vaquejadas e forró
Eu via o sol clarear
Meu cantinho, minha casa
Minha rede a balançar
Mas, eu vou voltar, sei que vou voltar
Que eu encontre sorrindo BIS
Quem ficou a chorar
Eu me sinto um pássaro sem poder voar
Ainda escuto ao longe o canto do sabiá
Tudo é fantasia, ou pura ilusão
Não há nada que faça
Eu esquecer meu sertão.
(No võo da asa branca-Catia Cilene)
Vale descatacar esse álbum, que pra mim foi um verdadeiro achado... O nome é Mastruz com leite- Ao vivo 1 (criativo né)..rss
Aos que se permitem um despimento de PRÉ conceitos... vale....
Eu, como não poderia ser diferente, tenho no meu PC, no meu Note e no meu Ipod (vixi como sou "muderna")....
E foi assim foi que eu comecei a gostar de forró...
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