segunda-feira, 25 de maio de 2009

Discos- O que está no alto, é como o que está embaixo- 03/50

Jorgen Ben- A Tábua de Esmeralda
1972
Gênero: Musica Negra/ MPB/ Samba (tudo isso e nada disso?)
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01 Alquimistas Estão Chegando os Alquimistas
02 O Homem da Gravata Florida
03 Errare Humanum Est
04 Menina Mulher da Pele Preta
05 Eu Vou Torcer
06 Magnólia
07 Minha Teimosia, uma Arma Prá Te Conquistar
08 Zumbi
09 Brother
10 O Namorado da Viúva
11 Hermes Trismegisto e Sua Celeste Tábua de Esmeralda
12 Cinco Minutos (5 Minutos)
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O disco pode ser considerado experimental e psicodélico, tanto por músicas longas com diversas orquestrações, como pelas letras sobre alquimia, esoterismo, viagens astrais e outros motes.

Os Alquimistas Estão Chegando abre o disco, com sua batida de violão contagiante, em cuja letra Jorge Ben descreve a atividade dos homenageados no título, mostrando que a eles sobra o que nos falta nos dias atuais. “...eles são discretos e silenciosos...”, “...escolhem com carinho a hora e o tempo do seu precioso trabalho...”, “evitam qualquer relação com pessoas de temperamento sórdido...”. É, ainda nos falta muito.

Jorge Ben nunca foi um artista conhecido por suas letras, mas sim pela facilidade em unir ritmos em gingas desconcertantes, porém, neste disco ele conseguiu, além de tudo, criar letras horas simples, horas complexas ou viajantes, em favor do conceito o trabalho. A simplicidade de O Homem da Gravata Florida, Zumbi e O Namorado da Viúva, se contrapõem com Errare Humanum Est e Hermes Trimegisto e Sua Celeste Tábua de Esmeraldas. Também tem Brother, uma espécie de mantra cantando em inglês, e além de um punhado de outras belas canções capazes de fazer o chão de qualquer festa sem graça tremer devido às danças dos pares.

O disco fecha com Cinco Minutos, música que seguindo o modo simples de composição Beniano, nos ensina a importância da tolerância e paciência.

E eu, acostumado a procurar sentido político em quase tudo o que ouvia até então, com este disco percebi que por mais político que fosse, não fazia sentido se não houvesse verdade, e para Jorge Ben, tudo o que foi dito n’A Tábua de Esmeralda está correto, quer queiramos, quer não. Talvez por isso este seja o melhor disco de um dos mais importantes artistas brasileiros, e talvez por isso seja um dos discos que mais ouço até hoje, e nunca deixou de me acompanhar em minhas viagens, pois é um disco alegre, urbano, praieiro e dançante.

Mesmo após mais de 30 anos de seu lançamento, a sutileza complexa deste disco não pôde ser superada.

Jorge Ben tornou-se alquimista: transformou música em ouro.

Um comentário:

Raquel disse...

Permite meu pitaco sobre esse disco?
Pessoalmente, Além dos que citou, tenho mais três exemplos desse complexo sutil.
Em " Eu Vou Torcer" (alias, letra que venho revirando!) e pela puta levada gostosa de "Minha Teimosia, uma Arma Prá Te Conquistar" e "Menina Mulher da Pele Preta" (inclusive relida em forró e popularizada com Forróçacana)
Esse é um dos eleitos para a eternidade

;)